A FUGA DE CAXIAS NO CARRO DE SALAZAR COM DOMINGOS ABRANTES. Sábado, 26 de Maio, 15h, Casa da Cultura de Setúbal.

23-05-2018 14:53

    A FUGA DE CAXIAS NO CARRO DE SALAZAR, contada por um dos seus intervenientes, DOMINGOS ABRANTES, é o tema da sessão do próximo Sábado, 26 de Maio, pelas 15h, na Casa da Cultura de Setúbal, organizada pelo Centro de Estudos Bocageanos.

    No dia 4 de Dezembro de 1961, teve lugar a fuga da cadeia do Forte de Caxias, vulgarmente conhecida como a fuga do carro blindado de Salazar, uma das mais espectaculares, audaciosas, arriscadas e complexas fugas colectivas que tiveram lugar nas cadeias da PIDE.

    Oito quadros do PCP, quase todos funcionários do Partido e alguns membros do Comité Central condenados a longos anos de prisão – António Gervásio, António Tereso, Domingos Abrantes, Francisco Miguel, Guilherme da Costa Carvalho, Ilídio Esteves, José Magro e Rolando Verdial – recuperaram a liberdade para retomar o seu lugar na luta clandestina.

    Domingos Abrantes nasceu em Vila Franca de Xira a 19 de janeiro de 1936, numa família de cinco filhos. Aos 11 anos começou a trabalhar numa fábrica. Pelos 17 anos de idade, participou no MUD Juvenil. Tornou-se militante do PCP em 1954 e funcionário do partido na clandestinidade em 1956.

Foi detido pela PIDE pela primeira vez em 1959 e esteve depois de 1959 a 1961 em Caxias. Participou na fuga da prisão de Caxias em dezembro de 1961, quando fugiu da cadeia com outros presos políticos no carro blindado de Salazar. De 1965 a 1973 esteve preso em Peniche. Casou-se na prisão de Peniche em 1969 com Conceição Matos, com quem começara a namorar em 1963. Foi preso político por um total de onze anos, cinco dos quais sem ver a mulher e apenas correspondendo com ela por cartas vigiadas. Os tempos de prisão deixaram-no míope e sofreu tortura do sono e isolamento.

Foi membro do Comité Central do PCP de 1963 a 2016. Foi deputado à Assembleia da República pelo PCP pelo círculo de Setúbal, desde 1976 até 1991, e pelo círculo de Lisboa, de 1991 a 1995.

A 18 de dezembro de 2015, foi eleito para o Conselho de Estado pela Assembleia da República.